terça-feira, 17 de novembro de 2015

Depois de Nietzsche


Quanto mais tempo dedico à leitura, mais confuso se torna o tempo. Vejo quão frágeis são os meus valores, e que eles não me valeram de nada.
As certezas que pareciam irrefutáveis são os ídolos com os pés de barro que um a um são martelados e despedaçados a cada nova sinapse que construo.

A angústia é sufocante e torna a mera ação de respirar dificultosa, não sei mais se é possível voltar. A ignorância é ópio. Perto da loucura é que a sanidade me permite entrever um ponto certo. A lucidez causa dor e estranhamento até para com os meus. Que atitude tomar diante de nossa pequenez pensante e hipócrita? Dói o peito e passo a compreender o motivo de tantos terem fugido, não da vida, mas de si mesmos. Como suportar tantas revelações? Diante do véu que se finda, encontro ou reencontro a essência de mim mesma, como objeto perdido que se recupera.